Demissão Silenciosa

Atenção para este comportamento que vem sendo apontado como uma das tendências nas empresas no momento. Como não é boa coisa, o melhor é abrir os olhos para o problema e atacar as causas.

Chega 2023!

Ao apagar das luzes de 2022, vamos falar de demissão?
Garanto que, quando você leu essa primeira pergunta, já pensou: “boa, pois tenho muitas pessoas que precisaria demitir e não sei como começar”. É uma realidade nas empresas: tem muita gente que foge da responsabilidade de demitir alguém. Por outro lado, existem aqueles que gostam. Pessoas que têm aquele lado sádico, sabe? Sempre me lembro de um gestor que conheci, que dizia: “- Cabeças vão rolar!”, esfregando as mãos em tom de ameaça.
Poderia ser esse o assunto. Isso é uma questão importante de se falar. Entretanto, não é sobre isso que quero conversar. Também não é sobre o pedido de demissão.

Tolerância zero!

Vejo que atualmente a tolerância anda perto do zero. As pessoas não têm paciência. Não toleram mais aquele chefe autoritário. Não toleram aquele chefe estilo “estou te pagando para fazer, não para pensar”. Credo! Nessas empresas, as equipes não têm voz. Não podem e não deve opinar. Afinal de contas, só quem está nos altos cargos da hierarquia é que tem relevância e conhecimento.

Tão fora de moda isso, gente! O mundo mudou. Mudou não, acelerou. As empresas mais modernas estão questionando esse tipo de hierarquia engessada na qual as decisões vêm de cima pra baixo e a base não tem o direito de opinar, questionar e querer mudar.
Bom, esse também é um outro assunto que dá pano pra manga, não é mesmo?

A demissão Silenciosa

Quero falar sobre a demissão silenciosa. O pior dos mundos. Um mal que assola muitas empresas.

A evolução do mercado de trabalho, as novas formas de se organizar, entre tantas outras coisas, mudaram radicalmente as relações de trabalho. Junto a isso tudo, veio a pandemia, que correu todo mundo para os home offices e o trabalho teve que ser redesenhado. Como as pessoas estão produzindo tanto? Estão trazendo os resultados e em casa? Isso colocou por água abaixo aquelas teorias mais radicais nas quais a crença da autoridade e do controle era o que fazia o trabalho sair conforme o esperado.

O modelo totalmente hierarquizado entrou em crise. Está sendo revisto. Começou com empresas como Whole Foods e Zappos, por exemplo, que sacudiram os conceitos de pirâmide e trouxeram políticas mais participativas conhecidas com o tal capitalismo consciente.

As pessoas, quando insatisfeitas no seu trabalho, chutam o balde. E chutam mesmo quando não têm alternativas à vista. Chutam sem medo. E esse é o primeiro efeito desse ambiente organizacional desconexo com as mudanças de comportamento da sociedade. Está ocorrendo o que pode se chamar de uma grande evasão.

O segundo efeito é essa demissão silenciosa. É uma desistência, mas é velada. No Brasil, apontam algumas pesquisa que mais de 57% dos trabalhadores de grandes empresas estão dispostos a sair do trabalho atual sem necessariamente ter outro emprego, sério isso não é verdade?

Não há nada mais prejudicial para uma empresa do que ter parte da sua força de trabalho nessa desistência velada. Nesses casos, a motivação já foi por água abaixo, a energia gasta não é mais a mesma e as pessoas passam somente a cumprir a tabela. A única preocupação passa a ser o contracheques no final do mês.

A importante reflexão para mudar em 2023!

A pergunta que não quer calar é: tem gente que está assim aí na sua empresa? Muita gente? Quais os motivos para as pessoas estarem assim?
Tudo começa por identificar o problema, mensurá-lo e depois atuar nas possíveis causas.

O final do ano está aí e a hora para planejar e fazer mudanças é essa. Vamos? Acredito que sua resposta será sim, pois ninguém quer gente trabalhando como se fosse morto-vivo, não é mesmo?